segunda-feira, 5 de abril de 2010

DENGUE: UMA REALIDADE



É a mais pura das realidades, nua e crua, precisaremos em primeiro lugar fazer um relato voltando ao tempo, exatamente ao dia 9 de abril de 1995, quando surgiu o primeiro foco de mosquito transmissor da Dengue e Febre Amarela Urbana, na cidade de Caxias do Sul.

Até esta data não tínhamos nem um registro da presença do vetor em solo Gaúcho e alguns técnicos autoridades no assunto afirmavam, que “no Rio Grande do Sul jamais teremos o Aedes aegypti”, isso devido a estações bem definidas principalmente o nosso inverno e seu frio que interromperia e mataria os mosquitos adultos, pupas e larvas, o que nos fazia diferentes e protegidos. E o trabalho existente de Vigilância era exclusivamente responsabilidade da FUNASA (Fundação Nacional da Saúde) e deveria ser interrompido pois o não existia justificativa para continuar, mesmo assim continuaram fazendo seu trabalho, criticados pelos seus Técnicos e Supervisores.
Logo os argumentos dos especialistas e técnicos veio abaixo, o mosquito começava a se proliferar a cada dia mais, no mesmo abril de 1995 o segundo foco é descoberto no outro extremo do estado, na cidade de Porto Xavier, fronteira com a Argentina. Lembro-me bem foi uma correria, mobilização e muito dinheiro gasto, e a alta cúpula de entendidos no assunto, Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde e Secretarias Municipais da Saúde de todo país vieram para o RS e depois de várias reuniões, debates, seminários e estudos, criaram o Programa de Erradicação do Aeds aegypti em 1996, muito inseticida, muitos carros novos, contrataram Agentes de Endemias e firmaram alguns convênios com os Municípios, isto tudo ligado diretamente ao Ministério da Saúde, que logo a frente virou escândalo Nacional, não esqueçamos o Ministro da Saúde da época, hoje Governador de um estado e certamente será candidato a Presidente da República como já foi.
Bom para ser mais objetivo, veio dois mil e dois e chega até a Capital Porto Alegre o mosquito da Dengue, para nossa sorte, o estado tinha um Governo comprometido com a prevenção, fez contratação de quatrocentos Agentes de Endemias, mobilizou todo os profissionais e comunidade, sufocou e controlou os focos em menos de cinco meses.
Tudo isso não foi suficiente para conter a progressão do transmissor.
Então chega dois mil e seis e Giruá cidade da região das Missões, registra os primeiros casos da Dengue em solo Gaúcho e também as primeiras mortes.
Dai por diante aumentam os casos em todo o estado, principalmente em Santa Rosa, Criciumal, Três de Maio, Independência e outras da região.
Agora em dois mil e dez, Ijuí cidade também das Missões, possui mais de dois mil casos de Dengue, Santo Ângelo passa dos mil, e Santiago no ultimo dia 15/03/10 registrou focos do Aedes e casos de Dengue.
Em Santa Maria não temos registro de presença do Aedes aegypti, desde dois mil e sete, mas é uma questão de dias para que chegue aqui.
Para evitarmos, devemos prevenir, e isto é uma luta de toda a sociedade, não podemos esperar somente pelo poder Público ou seja (governos), o controle é feito com medidas simples e ao alcance de todos, basta não deixar água acumulada, manter caixa d’água tampada, floreiras com o prato de apoio com areia, terrenos baldios limpos, nos cemitérios vasos furados, pneus velhos só nas borracharias, piscinas tratadas com cloro, etc.
Não tendo água parada não teremos mosquito e certamente, a Dengue tardará sua chegada em Santa Maria.

José Francisco Santin
Presidente-ACNHTN/SM/RS

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